Dias há em que o cansaço do mundo anda amarrado nas minhas costas, em que as palavras não traduzem aquilo que penso, que quero, que temo...
Parece que de todos os céus se juntaram as nuvens mais escuras e que me arrancaram a capacidade de ser tranquila no que falo...
Mas sinto-me cansada e tudo o que digo parece uma queixa...e não me ficam bem as queixas...
E sinto-me chata, porque me aborrece não ser melhor, mais que perfeita...
E fujo para trás da casa onde habita o pantano e ali sinto a vida que chilreia, que coaxa, que se move com o vento agreste num bulicio delirante que me aconchega o peito e me escancara a luz...
Gosto das flores novas das ameixeiras por podar que com o tempo ganharam ramos imensos e fortes e vem-me á lembrança os suculentos e doces frutos com que me delicio sentada numa cadeira ao sol no verão...
As nuvens deixam de fazer sentido...
As palavras que proferi perderam a voz...
Afinal eu só tinha saudade da vida colorida, com bom sabor...
Saudade de sons brandos sem criticas nem julgamentos...
Porque eu não sou de facto mais que perfeita...
Perfeito é o pantano,
perfeitas são as ameixas nos ramos fortes e grandes...
Eu...não sou assim tão importante...e o meu mundo é só isso mesmo, nada mais...
O cansaço, esse esqueço-o no som da trovoada...
Zuéliando
sábado, 6 de abril de 2013
segunda-feira, 25 de março de 2013
Eu não sei se conheço tudo de mim... para além das ruas escusas, dos labirintos sombrios, das gargalhadas saborosas, das noites de agonia triste, dos beijos encorpados de alma, do olhar perdido nas pequeninas flores, nas gotinhas de chuva que caem nas árvores e que depois em grupo tombam densas e redondas nas ervas do quintal...sei apesar de tudo muito pouco daquilo que me habita!
Ás vezes tenho a pretenção de ser pequena como um grão de areia com uma galáxia lá dentro e sou só no entanto sopro, energia e matéria...
Ás vezes tenho a pretenção de ser pequena como um grão de areia com uma galáxia lá dentro e sou só no entanto sopro, energia e matéria...
sábado, 23 de março de 2013
Não sei até que ponto as palavras servem para que as pessoas se percebam entre si, se entendam, quando os ouvidos se selam secos, de raivas, de desesperos, de sonhos indizíveis, de medos e receios...
Poucos são os "iluminados" que conseguem ouvir sem ripostar e evitar soluços e mágoas...
Não tenho projectos de grandeza maior...mas queria muito ser sábia!
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